Procedimento de tratamento de lesão do ligamento cruzado anterior -LCA
Uma lesão ligamentar comum no joelho
LCA é a lesão ligamentar mais comum no joelho. Principalmente está associada com a prática desportiva, especialmente esportes que realizem movimentos rotacionais. No Brasil, não surpreendentemente, a maior incidência desse tipo de lesão ocorre no futebol. Em seguida, dança, luta, vôlei, basquete e esqui são outros esportes onde é comum a ocorrência desta lesão ligamentar. A ruptura causa instabilidade, altera biomecânica do joelho e, por conseguinte, reduz a participação esportiva e causa aparecimento precoce de osteoartrose.
Composição do LCA
O Ligamento Cruzado Anterior ḗ composto por dois feixes (bandas): a banda anteromedial e a banda posterolateral. Ainda assim, o consenso atual é de que a reconstrução feita com apenas um feixe é suficiente para ótimos resultados. Esse ligamento se origina da porção medial do côndilo femoral lateral e corre obliquamente até sua inserção central da tíbia. É formado basicamente de colágeno (tipo I) e tem, em média, 32 mm de comprimento e 11 mm de diâmetro. É responsável pelo controle da translação anteroposterior e pela estabilidade rotacional do joelho.
Mecanismo da lesão do LCA
Primordialmente, o mecanismo mais comum na lesão do ligamento cruzado anterior é o trauma rotacional: isto é, o pé fica preso ao chão e o corpo gira sobre o joelho apoiado. Não obstante, o paciente lesionado pode referir-se a um estalo no momento da lesão. Geralmente ocorre um aumento de volume nas primeiras horas e sensação de instabilidade (falseio). Essa instabilidade pode ocorrer de imediato ou com o passar das semanas. Nos casos crônicos, a queixa é de que o joelho “sai do lugar”.
Outros Fatores
Em contrapartida à causa traumática, existem outros fatores associados à lesão do LCA. São eles: genético, gênero (mais comum em mulheres), hormonal, alteração da anatomia quadril, entre outros.
Exame Complementar
A Ressonância Magnética é o melhor exame para confirmar a lesão e para mostrar eventuais lesões associadas (meniscos e cartilagem).
Tratamento
O tratamento é, na grande maioria dos casos, cirúrgico. O objetivo primário da cirurgia de reconstrução do LCA é restaurar a estabilidade e a função do joelho. Secundariamente, de prevenir a degeneração articular (osteoartrose) a longo prazo.
De fato a reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior está entre as cirurgias mais comuns na ortopedia. Estima-se que nos EUA a ruptura do LCA seja 2,6% de todas as lesões do esporte. Lá são feitas mais de 130.000 reconstruções desse ligamento anualmente. No Brasil, por mais que não haja estatística confiável, acredita-se que sejam feitas metade desse número a cada ano.
O tratamento não cirúrgico, sem dúvida, é cada vez menos utilizado. Ainda assim, pode ser aplicado para casos de pacientes mais velhos, que não tenham lesões associadas, sem sintomas de instabilidade e com pouca ou nenhuma frequência de atividades físicas.
Escolha do Enxerto
Existem vários tipos de enxertos que podem ser utilizados para a substituição do ligamento original. Os mais comuns são o que se retira uma parte do tendão patelar ou de dois tendões extensores (Gracil e Semitendinio). Este último é o que utilizamos de rotina por entendermos que o pós-operatório é menos desconfortável, além de deixar uma cicatriz bem menor. Este é um ponto bem importante em se tratando de pacientes do sexo feminino.
Fixação do Enxerto
Existem várias opções de fixação (parafuso, cross-pin, endobutton, etc), variando conforme a empresa e a preferência/hábito de cada cirurgião.
Para um diagnóstico e tratamento adequados, consulte o seu Ortopedista